Há dias em que o telefone não se cala,
A minha mão dada,
Um colo para me acalmar.
Alguém que me diga algo que eu não sabia
Há dias em que sou eu sozinha,
A ver as fotografias dos outros no telemóvel,
Música como companhia,
E só eu própria para me dizer algo que eu não sabia,
Sobre mim. Sobre o amor dos outros que gravita também, como
tudo, sobre outro que gravita por outro.
Há dias em que eu estou em guerra dentro de mim,
(Mas de fato e gravata)
Talvez a minha alma tenha o peso da balança.
Há dias em que a televisão está em guerra,
Há bombas e há jornalistas,
Há discursos e eu tenho medo
Nas conversas com a chefe e com os meus amigos,
E eu nem sei se as bombas caem mesmo no chão,
Ou se só em cima do meu coração.
Ataque internacional,
Nesta alma que gravita
Sobre este planeta
Que gravita por si.