Por hoje, tenho-te perto. Como se a distancia fosse só uma palavra.
Tenho-te como uma prova mudada por dias e anos.
Não trespassada nem violada.
O mundo encheu-nos de formas e símbolos que ninguém nos ensinou.
Não somos desta geração, mas é aqui que temos que sobreviver.
E eu vejo-te a aprende-la e a respira-la devagarinho,
Por isso aperto-te a traqueia.
E peço-te para não me olhares dessa forma,
Que se eu te mato é porque te amo.
Que a razão deste assassinato é a minha sobrevivência,
A razão desta impiedade é o meu medo da solidão.
Não te rias, porque eu prefiro viver na solidão de ser viúva, do que na solidão do incúria.
A ponta dos teus dedos pinta-se de azul.
Houve um dia, em que te perguntei se eras feliz, e tu respondeste-me em números, símbolos e formas que eu te achava ignorante.
Por isso, hoje, tenho-te nas minhas mãos.
E não sei se sou eu, mas o mundo tornou-se silencioso, como se lá fora as buzinas e as pessoas se tivessem calado para nos observar, ou para me fugir.
Para escaparem ao estatuto de testemunhas ou a percepção de serem cúmplices.
Eu só ouço um silêncio atómico, mas tu, tu pareces estar à escuta, à espera de um super-homem, ou de um homem-aranha que te valha.
Os teus olhos parecem-te saltar das órbitas,
Mas tu não lutas pela vida, estás à espera.
À espera que um Deus qualquer te ouça o pedido de ajuda.
E eu que achei que depois de tantos anos já soubesses que Eles são surdos e incapazes.
Tu pareces estar à espera que a imortalidade de que sempre te achaste possuidor faça efeito.
Por hoje, tenho-te por perto.
Porque eu tenho medo, tenho tanto medo que estas pessoas te levem para outro universo.
Para o universo que aos poucos começas a decifrar e amar, e para onde, apesar de ter lá sangue do meu sangue, não tenho permissão de entrada.
Lá fora, talvez noutro país, um alarme dispara. E eu salto-te do corpo.
E tu respiras com dor e agrado.
A tua dor faz-te sorrir,
Estás vivo, dói-te.
Eu olho-te sem expressão porque os anos tornaram-me numa actriz de categoria.
E tu,
Tu sorris-me.
Tenho-te como uma prova mudada por dias e anos.
Não trespassada nem violada.
O mundo encheu-nos de formas e símbolos que ninguém nos ensinou.
Não somos desta geração, mas é aqui que temos que sobreviver.
E eu vejo-te a aprende-la e a respira-la devagarinho,
Por isso aperto-te a traqueia.
E peço-te para não me olhares dessa forma,
Que se eu te mato é porque te amo.
Que a razão deste assassinato é a minha sobrevivência,
A razão desta impiedade é o meu medo da solidão.
Não te rias, porque eu prefiro viver na solidão de ser viúva, do que na solidão do incúria.
A ponta dos teus dedos pinta-se de azul.
Houve um dia, em que te perguntei se eras feliz, e tu respondeste-me em números, símbolos e formas que eu te achava ignorante.
Por isso, hoje, tenho-te nas minhas mãos.
E não sei se sou eu, mas o mundo tornou-se silencioso, como se lá fora as buzinas e as pessoas se tivessem calado para nos observar, ou para me fugir.
Para escaparem ao estatuto de testemunhas ou a percepção de serem cúmplices.
Eu só ouço um silêncio atómico, mas tu, tu pareces estar à escuta, à espera de um super-homem, ou de um homem-aranha que te valha.
Os teus olhos parecem-te saltar das órbitas,
Mas tu não lutas pela vida, estás à espera.
À espera que um Deus qualquer te ouça o pedido de ajuda.
E eu que achei que depois de tantos anos já soubesses que Eles são surdos e incapazes.
Tu pareces estar à espera que a imortalidade de que sempre te achaste possuidor faça efeito.
Por hoje, tenho-te por perto.
Porque eu tenho medo, tenho tanto medo que estas pessoas te levem para outro universo.
Para o universo que aos poucos começas a decifrar e amar, e para onde, apesar de ter lá sangue do meu sangue, não tenho permissão de entrada.
Lá fora, talvez noutro país, um alarme dispara. E eu salto-te do corpo.
E tu respiras com dor e agrado.
A tua dor faz-te sorrir,
Estás vivo, dói-te.
Eu olho-te sem expressão porque os anos tornaram-me numa actriz de categoria.
E tu,
Tu sorris-me.
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