quinta-feira, 1 de novembro de 2007


Pensei que as saudades fugiam, sabes, como fogem todos os outros sentimentos. Como fogem os gatos e as pessoas. Mas as saudades, ou a falta delas, são a base de todos os sentimentos. Eu estou aqui, caso não me tenhas visto. Caso as minhas tentativas de ser relembrada não tenham causado qualquer efeito. E aceitar as opiniões dos outros como únicas e verdadeiras já me causou mais problemas do que o imaginável.
Preciso que te vás embora, porque não gosto do teu cheiro, e a tua voz faz-me estática nos ouvidos. O teu toque queima-me a mão e eu sinto-me suja. Porca, imunda. Sai, por favor.
Reparas na minha educação mal representada e no meu desprezo sentido.
E sais. Há tanto espaço, tanto oxigénio e não há saudades. Nenhumas, nada.

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