O pior de tudo é começar a esquecer-me. As memórias a fugirem-me pelos cotovelos e as tuas garras nas minhas costas. Os teus dentes no meu pescoço, e quem sou para te fazer parar? Se o meu coração em silencio. Quem sou eu para te calar um suspiro se eu cega de ti. No meu fim que se aproxima a passos largos, num tremor de terra que acontece agora, debaixo dos meus pés, sobre o olhar daqueles que esperam do outro lado, com um pé neste mundo e outro no ar. Os teus dentes no meu pescoço e a terra a tremer, mas quem sou eu para te pedir para parar? Se o que quero é mais, mais de ti. O pior, são as memórias a fugirem-me, e um dia eu acordo e não sei mais o que é os teus dedos a afastarem o meu cabelo e todos os olhos postos em nós, daqueles que esperam por nós lá no fim do mundo, entre a lama e o algodão, lama dos corpos, da carne, que ficou esquecida neste mundo, e o algodão que a enchia.
As tuas garras a marcarem-me as costas, e na manha seguinte o teu nome em cicatriz.
O meu fim a chegar e eu sem me importar porque tu do meu lado (a ajeitar-me a almofada a tua mão no meu estômago) e a vaga lembrança de sermos jovens e o mundo ser redondo, por isso, para que importar, se tudo acaba por voltar ao mesmo sítio (tu a apagar a luz da cabeceira quando eu peço, a pentear-me o cabelo com os dedos). O pior de tudo é a escuridão que enche agora o nosso quarto, é saber agora que o mundo é quadrado, e os olhos daqueles que nos esperam cada vez mais próximos, não tenho medo mas, por favor, liga a luz da cabeceira. Não tenho medo porque levo o teu nome nas minhas costas, os teus dentes no meu pescoço. Nunca esta vida seria minha sem a tua mão a tocar na minha. Não tenho medo do fim que chega, mas esta escuridão preocupa-me, porque não ligas a luz da cabeceira?
As tuas garras a marcarem-me as costas, e na manha seguinte o teu nome em cicatriz.
O meu fim a chegar e eu sem me importar porque tu do meu lado (a ajeitar-me a almofada a tua mão no meu estômago) e a vaga lembrança de sermos jovens e o mundo ser redondo, por isso, para que importar, se tudo acaba por voltar ao mesmo sítio (tu a apagar a luz da cabeceira quando eu peço, a pentear-me o cabelo com os dedos). O pior de tudo é a escuridão que enche agora o nosso quarto, é saber agora que o mundo é quadrado, e os olhos daqueles que nos esperam cada vez mais próximos, não tenho medo mas, por favor, liga a luz da cabeceira. Não tenho medo porque levo o teu nome nas minhas costas, os teus dentes no meu pescoço. Nunca esta vida seria minha sem a tua mão a tocar na minha. Não tenho medo do fim que chega, mas esta escuridão preocupa-me, porque não ligas a luz da cabeceira?