quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mensagem 253


Quando o amor acaba – o amor, não a relação, não falo do acto de cortar o cordão umbilical mas a morte do cordão em si – tudo o que aconteceu torna-se um sacrifício sem sentido, as pessoas que amamos – sejam elas o nosso primeiro amor, a grande amiga ou o gajo que nos deus boleia sexta-feira – tornam-se, de repente, os culpados pela ausência do nosso sucesso.
Isto é, o amor tem a selvagem capacidade de nos fazer sentir não uma pessoa mas duas, mas a extinção do mesmo – e partindo do pressuposto que todo o tipo de amor acaba de uma forma ou de outra – tem a subtil capacidade de nos fazer ver o que teríamos sido sozinhos.
Será então justo afirmar que os actos de amor são, a longo prazo, desprovidos de sentido? Será justo afirmar que tudo o que eu fiz por ti, tudo aquilo que eu acabei por desistir ou tive que forçadamente encontrar por ti, não me trouxe nada de bom?

Sem comentários: