terça-feira, 30 de junho de 2009

Grande demais para alguém ler:

A esperança de ter tudo, roubou-me o que eu tinha. Roubou-te de mim, e tenho de confessar que achava tal impossível, porque melhor que outra coisa eu sabia de ti, do teu cheiro na fronha e o teu olhar cansado. De certa forma, é bem merecido. Fui infiel a ti, a nós. Mas acima de tudo fui infiel a mim e ao que eu jurei ser. Tenho que te admitir que me dói acordar na solidão e sentir este peso de inutilidade, ser jovem e ser inútil é doentio, um paradoxo.
Gostava que voltasses, mas eu sei que se o fizesses não serias mais tu, mas outra pessoa no teu corpo. A sentar-se ao meu lado, e a comer com o meu garfo. E sabes que eu sou incapaz de comer do prato dos outros, tirando o teu.
Sabes que eu sinto a tua falta, mas estas saudades tuas não são como as outras, são baças e negras. Fazem-me doer as articulações dos dedos e dos joelhos e comem-me o coração. Porque eu achei impossível perder-te, roubarem-te de mim, deixares-me. Eu não te queria magoar e quando sofrias a tua dor doía em mim. Que coisa estúpida de dizer, aposto que te rias (rias não, sorrias para dentro) se chegasses de facto a ler. Quem me dera poder por em palavras a falta que me fazes e vais fazer. Quem me dera por numa frase, numa palavra. Eu já tentei e sai-me torto, quem me dera que estivéssemos onde estávamos há dois anos e então eu não precisaria de dizer nada porque tu ouvias-me, e talvez olhasses para mim por um segundo, mãos nos bolsos e um sorriso calado. Talvez não o fizesses e mesmo assim eu saberia que entendeste. Talvez por isto, por te saber de forma tão absoluta (inexplicável) pensei com certeza nunca te perder, chegar outra (odeio o nome dela, recuso-me a dizer o nome, as sílabas, o tom do nome. Não digas mais o nome dela, peço-te) e fazer de ti o que quer. E ela é ridícula, mete-me impressão só de olhar. Quem me dera que visses isso e voltasses, meu amor, mas tu e não outro alguém com o teu nome. Fosse tudo igual. Volta para mim, fica comigo. Tenho vergonha de dizer mais, tenho vergonha de pegar no telefone, porque talvez tu estejas com ela, meu amor, meu. Tenho vergonha de precisar de ti, de ouvir por entre as palavras que tu te esqueceste de mim. Dela na tua casa, a cheirar o perfume da tua mãe, a tocar nos troféus do teu pai. A ser eu em ti. Diz-me que, tal como eu, tu sabes que fomos feitos um para o outro – tudo, cada fio de cabelo, cada dedo – diz-me que te lembras de mim quando te deitas com ela, que me preferes a mim. Jura-me que eu sou mais doce, por mais loira, mais magra, mais alegre que ela seja. Jura-me que, tal como eu, tu vês-me como se vê a família, que é eterno e intenso, duro e indolente. Tenho vergonha de te ver, que tu me vejas, tu de mão dada com ela, a dançar com ela e alguém ligue a luz por amor de deus.
Eu queria ter tudo, e fiquei sem nada. Com um vazio no peito. Perdoa-me, porque deus me livre eu não quero morrer sem ti do meu lado.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

This is the hardest story that I have ever told. No hope, or love, or glory

I guess I wish you well: a little bit of heaven but a little bit of hell.

I could hold your beautiful hands but...









It's all over.

Finding Out True Love Is Blind

All the little pieces come apart, all the little pieces of your heart
I look at all the children whose hearts are strong running down the streets like nothings wrong.
I look at all the friends I knew now, some have changed
Some I know will always be the same.
Nobody knows what happens when the moon blew now
Nobody knows, Nobody knows
Louis XIV - All the little pieces

sábado, 27 de junho de 2009

I will not condone

Normalmente as pessoas não mudam mas revelam-se. E tendem, como regra e por vergonha, a esquecer-se de quem foram e de quem as amou. É triste ver os dias a ser a morte de uma pessoa e o cadáver, o ninho de outra.

domingo, 21 de junho de 2009

!!!!!!!!

Exame de história.

sábado, 20 de junho de 2009

Things you did and things you do

Talvez a incerteza do fogo fosse melhor que a certeza daquilo que gela. Porque sabes? Morrer ás vezes parece solução. Deixa de me trazer dias frios nos bolsos, fumo no hálito. As saudades matam e tu parece que te esqueces. E vais ficando na cama, a rebolar as horas e eu que te espere na ausência do teu corpo. As saudades matam e parece que fazes de propósito, mas parece que te esqueces de quem eu sou, que fui eu que te ensinei a falar assim, a magoar assim. Quem me dera que morresses – coisa horrível de se querer, eu sei – mas quando te vejo ao longe é mais forte que eu. Nunca pensei, por entre todos os dias, que fosse possível odiar alguém assim, alguém que nos foi tão próximo. Tenho que te confessar isso porque me dói tanto mal dentro do meu corpo a fugir-me pela boca, a comichar-me as unhas. O teu hábito de achar que sabes de politica, que entendes as pessoas, que és semelhante a mim, tudo em ti come-me aos bocadinhos, e para o meu próprio bem quem me dera que morresses. Eu sei, que coisa horrível de se dizer a quem já se amou pelos verões dentro, a quem já se escreveu cartas de amor em guardanapos e a quem já se sujou do nosso sangue sem se importar.
As lembranças baralham-me os sentimentos e o que antes era raiva é dor agora, e a dor é mais lenta que a raiva mas não menos forte, e o teu nariz a tocar no meu, frio, e o cheiro do teu quarto, das tuas roupas abrem-me as feridas da saudade, e por mais que eu faça não consigo deixar de querer a tua morte. A tua ausência obriga-me a tal, a outro alguém a cheirar-te a roupa e tu mesmo, outro alguém que não tu, a passar por mim na rua e eu sem saber de ti. E mesmo agora, sentado ao meu lado nos cafés e a tua voz a corroer-me, e eu sem saber se te amo se te odeio. E se eu tivesse agora um guardanapo, ou um andante do metro eu não te escreveria mais cartas de amor, mas diria que a culpa é tua, que a culpa da morte do nosso amor, a culpa de eu não te querer ao meu lado nos cafés, ao meu lado na cama, ao meu lado no carro, é tua. Vive tu com ela, que pode ser que ela te mate.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mensagem 160

Quartas-feiras. Se eu mandasse não havia quartas-feiras. Não, se eu mandasse não existiam motivos para eu não gostar de quartas-feiras. Coitadas delas.

Is this christmas?

Se caíres no esquecimento, deixa-te ficar, porque sair de lá é como fugir de casa na véspera do Natal.
Se te deixarem para trás (as pessoas possuem esse costume, não leves a peito), não tentes correr atrás: usa um decote, solta o cabelo e finge que nem reparaste que acordaste sozinha ás 3 da manhã. As pessoas só amam aquilo que perdem. Não voltes para ninguém, não perdoes, não esqueças. Porque faze-lo é como voltar a casa quando o Natal acaba.

terça-feira, 16 de junho de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Again and again.

Ás vezes mais valia nem teres vindo, porque hoje o coração pesa demais, com a memória da tua voz – a acordar, da tua voz depois de um cigarro, da tua voz a chamar-me do quarto ao lado – ás vezes mais valia nunca teres dito nada, sobretudo quando sabias que nunca ias ficar. Porque é isso que me pesa mais no peito, é isso que me custa ver ao espelho.
Seja como for hoje as palavras estão na cabeça, e quando chegam aos dedos, já não são palavras e no que elas se transformam (não tem nome, não tem forma) fica enterrado debaixo das minhas unhas.
Mas a memória serve para isto: para doer o que já morreu.

sábado, 6 de junho de 2009

2006-2009

Só um bocadinho mais de vocês, porque esta incerteza do que vem traz-me frieiras ao peito. Só um bocadinho mais de vocês, porque eu não sei querer outra coisa. Não devia ser possível acabar o que não merece ou tem fim, por isso, por favor, só um bocadinho mais de vocês.