segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
Ocean Breaths Salty
Well that is that and this is this. You tell me what you want and I'll tell you what you get.
You get away from me. Collected my belongings and I left the jail.
Well thanks for the time, I needed to think a spell.
I had to think awhile.
Well that is that and this is this.
Will you tell me what you saw and I'll tell you what you missed,
when the ocean met the sky.
You missed when time and life shook hands and said goodbye.
When the earth folded in on itself.
And said "Good luck, for your sake I hope heaven and hell are really there, but I wouldn't hold my breath."
You wasted life, why wouldn't you waste death? *
* - Modest Mouse
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
If I could see all my friends tonight
E as tuas mentiras a acentuarem-me a corcunda, e de repente, eu não mais pessoa, mas uma outra coisa qualquer, feita sem medida, sem tamanho. Só um nome sem nenhum agrafo, porque nunca um sorriso no momento certo. Como a profecia que deixaste no dia em que partiste ou então parti eu, no teu regaço, no bolso do teu blusão. Como uma caneta ou um talão. E eu a afogar-me nos teus gestos que diziam
- Chega-te para lá.
Mas sem o dizer de todo e a minha cabeça uma confusão. E as minhas pernas partidas. E quem diria? Todos os homens que amei, a não serem mais que rapazes, mas sempre tanto, que nem pedras no coração, a racharem-me o peito, e a pele que mais uma imensa chaga a trazer-me dores ás duas da manha mas a voz no tom certo por isso tu a desviar a cara. E quem diria? Os amigos a encherem-me o olhar um dia e noutro, a trovarem-no. Mas alguns a puxarem-nos a manga em gestos que dizem
- Chega-te para cá.
Nunca aqueles que pensamos, mas alguns ficam, agarram-nos na manga da camisola e
- Não é assim tão mau.
E ás vezes até é pior. E ás vezes, não há nada a fazer mas mesmo assim a manga presa. E para esse sentimento, esse abanar de ombros, esse
- Não é assim tão mau.
Não sei por em palavras, colam-se ao nó da garganta. Só um agradecimento, apontar o dedo e talvez dizer-lhes
- Obrigada por hoje.
- Chega-te para lá.
Mas sem o dizer de todo e a minha cabeça uma confusão. E as minhas pernas partidas. E quem diria? Todos os homens que amei, a não serem mais que rapazes, mas sempre tanto, que nem pedras no coração, a racharem-me o peito, e a pele que mais uma imensa chaga a trazer-me dores ás duas da manha mas a voz no tom certo por isso tu a desviar a cara. E quem diria? Os amigos a encherem-me o olhar um dia e noutro, a trovarem-no. Mas alguns a puxarem-nos a manga em gestos que dizem
- Chega-te para cá.
Nunca aqueles que pensamos, mas alguns ficam, agarram-nos na manga da camisola e
- Não é assim tão mau.
E ás vezes até é pior. E ás vezes, não há nada a fazer mas mesmo assim a manga presa. E para esse sentimento, esse abanar de ombros, esse
- Não é assim tão mau.
Não sei por em palavras, colam-se ao nó da garganta. Só um agradecimento, apontar o dedo e talvez dizer-lhes
- Obrigada por hoje.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
I still believe that this heart will learn to love
Há cicatrizes que não se chegam a fechar. Isto, porque quando fecho os olhos ainda vejo as mãos do meu avô, o abanar da erva no cemitério de Viseu e, ás vezes, os teus olhos a procurarem os meus. E sinto a tua falta por todo o meu corpo, nos dedos dos pés, nas pontas dos cabelos. Nunca amei ninguém depois de ti e ficou sempre um sabor de ausência na minha boca, a prolongar-me as palavras. Deus, há cicatrizes que nunca se chegam a fechar.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
wolf from the door
É assim que começa, um erro ortográfico numa tatuagem e depois tudo gira e gira, sugado pelo ralo da banheira, num vácuo de silêncio com as palavras na ponta da língua. Mas mesmo assim, sempre aquela impressão de faltar a palavra certa, uma fome pelo vocabulário exacto, qualquer coisa que traduzisse inteiramente aquilo que sinto. Acima de amor, acima de carência. Porque eu não sei bem o que fazer sem ti e como tal deixo-me cair nas saudades do teu cheiro a perceber desde quando é que as noites são escuras, nesta ausência de movimento e de luz. Como se as estrelas se tivessem isolado da minha presença, gritando: “chega!”, e o eco a propagar-se pelos corredores, nas lembranças de quem fomos enquanto heróis de nós mesmos. Naquele momento em que nos sentimos com razão de ser e tudo o resto tão pequeno, tão vulgar. Que falta de inteligência da tua parte a deixar-me nas esquinas só com um poema na planta do pé. E nem um poema dos verdadeiros, com alma e desespero, só mais um que escreveste enquanto enrolavas um cigarro deitado de barriga para cima. Mais que amor, mais que carência. Uma entrega exaustiva de quem sou eu na mais cruel das verdades, sem um véu, sem uma falta. Eu a conhecer o amor nas sua faceta mais dura, como uma tempestade, um raio bem no meio do peito, e o amor a corroer-me as veias enquanto eu sem confiança para o tratar por “tu”. E depois tudo gira e gira até cair num vácuo de silêncio, de pura ausência, da solidão na sua ostentação mais crua. E então o amor a olhar-me de lado, a queixar-se do meu cheiro. A girar e a girar, no começo de uma viagem sem destino, no palpitar do centro da terra. Mas eu a lembrar-me do sangue na língua, dos dentes ensanguentados, e eu a chorar ao telefone. Chorei tanto, tanto, mas tanto, até o telefone se afogar em mim, até eu engolir cada palavra que te disse, sem espaço para mais ninguém, numa saudade assassina, numa perda profunda. Nas tuas costas arranhadas e eu a querer voltar para o teu colo. Para sempre.
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