sexta-feira, 18 de setembro de 2009

If I could see all my friends tonight


E as tuas mentiras a acentuarem-me a corcunda, e de repente, eu não mais pessoa, mas uma outra coisa qualquer, feita sem medida, sem tamanho. Só um nome sem nenhum agrafo, porque nunca um sorriso no momento certo. Como a profecia que deixaste no dia em que partiste ou então parti eu, no teu regaço, no bolso do teu blusão. Como uma caneta ou um talão. E eu a afogar-me nos teus gestos que diziam
- Chega-te para lá.
Mas sem o dizer de todo e a minha cabeça uma confusão. E as minhas pernas partidas. E quem diria? Todos os homens que amei, a não serem mais que rapazes, mas sempre tanto, que nem pedras no coração, a racharem-me o peito, e a pele que mais uma imensa chaga a trazer-me dores ás duas da manha mas a voz no tom certo por isso tu a desviar a cara. E quem diria? Os amigos a encherem-me o olhar um dia e noutro, a trovarem-no. Mas alguns a puxarem-nos a manga em gestos que dizem
- Chega-te para cá.
Nunca aqueles que pensamos, mas alguns ficam, agarram-nos na manga da camisola e
- Não é assim tão mau.
E ás vezes até é pior. E ás vezes, não há nada a fazer mas mesmo assim a manga presa. E para esse sentimento, esse abanar de ombros, esse
- Não é assim tão mau.
Não sei por em palavras, colam-se ao nó da garganta. Só um agradecimento, apontar o dedo e talvez dizer-lhes
- Obrigada por hoje.

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