Eu juro-te, eu ouvi as tuas entranhas a tossir, a chorar. O amor é um filho da puta quando aqueles que amamos nos morrem na alma. E a morte é a puta. Eu queria ver-te uma última vez, a ti, não ao teu corpo frio. A ti a seguir-me com os olhos. Não os teu olhar fixo numa fotografia. A ti a procurar-me a cara, não eu com medo de te tocar. Medo de te tocar. Realmente, não entendo. Todo o meu corpo ouviu as tuas entranhas a tossir, mesmo com o barulho da chuva, o teu cheiro nas minhas mãos, a tua ausência nos objectos, nos cantos da casa. A tua ausência no teu corpo. Nenhuma ausência se compara aquela que a morte obriga, nenhuma saudade se compara aquela que a morta obriga.
domingo, 3 de janeiro de 2010
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