E quando eu for velha,
e só alma,
eu vou repousar na memória da tua mão no meu peito,
a aquecer o animal que ainda aqui vive.
Mas que um dia vai desvanecer
- Imagino-a a perder as garras, enrolar-se e adormecer -
E deixar-me no lugar dela só a gente de quem eu sou,
o acomodar de fazer nada mais que esperar nada mais, na
qualidade de viúva: não de ti mas do animal em mim.
Na cidade que já não me chama,
eu vou esconder-me numa poltrona,
como os velhos fazem,
mas com a memória da tua mão em mim, ausente
dos devaneios das minhas ilusões de animal irracional.
O teu animal a tranquilizar o meu,
antes que eles desapareçam.