quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Na verdade, (caso a conheças de facto)
Tu és tudo o que eu sempre quis.
Tu és o único constante da minha eternidade.
E deixa-me roubar-te um bocadinho dessa ironia,
Para te dizer que ainda és.
Para te dizer que ainda estou aqui por ti.
Deixa-me ainda, por favor, tentar encontrar as palavras para te dizer o que se vomita em mim.
És como aquelas coisas que acreditamos mas não vemos,
Como Deus e os seus lares. Como o oxigénio e os seus venenos.
És, aliás, o que nos faz acreditar nessas coisas
Como a fé e a sua cegueira. Como o amor e a suas crenças.
Deixa-me ainda acrescentar que eu quero que o teu caminho seja pacífico e colorido.
Que apesar de ter dito – enquanto dormia – que mais me valias morto que distante, não é isso que eu, na verdade, sinto.
E, se não tiveres já adormecido, quero dizer-te que o teu sorriso é um furacão em mim. Abala-me e destrói-me. Porque tu não o deixas tornar-se um adulo, ele fica sempre preso em ti. O teu quase sorriso é como veneno para mim. E de noite, traz-me frieiras ao peito relembra-lo como meu. E de noite, eu congelo na minha solidão mal construída e nem as memórias me trazem aconchego ás ideias, ás palavras.
E, desculpa-me a demora, mas na verdade a tua eternidade começa-se a extinguir e torna-se, um oceano infinito onde eu me afogo.
Talvez, ainda te lembres do cuidado das saudades e dos espinhos que elas trazem escondidos. Talvez, ainda te lembres que a morte tanto rouba como oferece. E – deus te livre – ainda te lembres de mim e dos meus exageros. Exageros que tinham coração e alma e, que, viviam nas entrelinhas das nossa existência.
Se ainda falares a tua língua materna deixa-me contar-te as infames do mundo.
As arenas dos felinos e paraísos dos insectos. Deixa-me dizer-te que as tuas lágrimas me corroem. E que os teus gestos são divinos.
Porque na verdade (caso alguma vez já a tenhas visto),
Resides tu.

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