quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mensagem 262




Só agora percebi a complexidade da vida. Tudo o que temos como certo, até o que não é certo mas eternamente garantido com quem nós somos – não o que temos – mas o que somos nas entranhas, no momento das reacções, até isso altera-se.
E é no dia em que acordo e não reconheço um valor em mim, do que eu fui, quis ser e do que eu prometi nunca ser. No meu caso, e falo somente do meu caso, foi numa noite muito fria em que eu me apercebi que tudo o que sou – reparem na dor de não ser “tudo o que tenho” porque o acto de não ter é tão mais remediável do que o de não ser – não era, simplesmente, suficiente. Simples. Que eu posso tentar – e Deus sabe que eu tentei – eu posso lutar, que não muda o facto de eu não ser suficiente. Mas alguém que me diga como é que eu desisto da única coisa que alguma vez quis? Com que cara eu cedo o meu lugar a outros? Como é que eu deixo de pensar
- Foda-se, que raio sou eu?

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