É esta a forma como tratas alguém que amaste?
Independentemente de para onde o teu amor foi.
Não vou negar que é sempre difícil terminar amores:
O medo do arrependimento,
De dizer ao amor:
- Eu desisto.
E de tudo ir,
Gargalo abaixo,
um amigo tão íntimo,
um corpo que nos abraça,
Mas que já nos chateia.
Magoar alguém que também tem uma faca na mão.
No entanto, há formas de o fazer:
até nos despedimentos, há formas de o fazer,
Missas para rezar,
Poemas para fechar.
Contas a fazer.
Não que faça diferença em mim,
Que os meus instintos sempre se iriam ativar,
A primata dentro de mim bater nas árvores,
A dor química da abstinência,
Deste método científico que somos todos feitos,
Da condição humana que não posso evitar,
Mas amadurecer.
Mas é esta a forma como tratas alguém que te ama?
Que a ti se deu, quando tu nos meus olhos pediste:
- Quero que sejas minha.
Porque deixas na alma dos outros esta tatuagem,
Esta assinatura mal feita num coração que foi teu,
Não corras quando te vais embora,
Porque assim não vês o que a tristeza tem para te ensinar.
E então sim, a sensação de um amor desperdiçado.
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