terça-feira, 16 de dezembro de 2008

(Ah, nevermind that outer space stuff, let's get down to earth!)

Eu sonho contigo de olhos abertos, e os sonhos assim não são sonhos mas desejos d’alma.
E os sonhos que são a distância entre mim e ti são fome do corpo.
Na ausência dos sonhos, as lágrimas são bebida minha,
Como penitencia da dor que eu sou,
Dor que eu não abro mão,
Porque por mais pesada que seja, leva-me a ver-te de olhos abertos,
Na ânsia quase exaustiva de te reencontrar nos precipícios,
Nos fins dos caminhos,
A rever-te por trás de muros, dentro de almas perdidas.
Quando eu sonho contigo a minha alma é viva,
E a tua alma é vida em mim.
E tudo faz sentido na realidade ilógica da vida.
E tudo está bem num mundo mal feito á nascença.
E é Outono, e o Outono fica-te bem,
No teu castanho escuro que perdura nas telas e nas paredes,
Como nódoas de sangue na pele,
Como promessas na língua.
Eu sonho contigo e tu não és tu, mas uma imagem de ti,
Como se eu te visse por um espelho gasto – porque quando os espelhos vêem de mais, gastam-se, tal como as pessoas –
E esta cidade não é esta, mas outra com o nome desta, mais quente, mais minha.
E eu não sou eu, mas a parte de mim que te vê com os olhos abertos mas cegos.
Com a alma cheia mas muda.
Com o coração a bater como quem está morto.

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