segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Don't get lied to: love was always cruel

Só venho aqui para dizer em poucas palavras,
- Que nunca as são, porque as palavras não se contam pela quantidade,
Mas pelo que dizem. Nada se conta pela quantidade –
Que a minha força é estreita, que, ao contrario do que a (falta de) Sorte pensa,
Eu não aguento mais,
E a minha força é precária.
Que acordar é um sacrifício da alma e do corpo.
Que a força de vontade é imensa mas o espaço é pouco.
Que eu sou pouco e o espaço é imenso.
Ou o espaço não é, mas ilusão, fome de mim em outro lugar.
Ou outro alguém no meu lugar, por uma vez.
Só venho aqui dizer que o meu cansaço, é hoje, infinito.
Recai-me sobre os olhos que viraram cegos
- Como as coisas boas que morrem sem dizer –
(mas as coisas boas onde estão?)
Ou as saudades de outras marés,
Que parecem distantes de mais para serem reais,
A distância distrai-nos e rouba-nos qualquer coisa do que nos faz seres Humanos.
A Humanidade que me resta nas veias,
Mas não no peito, porque desse nada resta mas esta humilhação que me rouba o sono.
A humilhação de estar viva,
Que me tira mais que o sono, me tira o que me resta.
(E o que me resta?)
Se não a tua voz que eu nem sei se alguma vez foi minha.
E se foi, porque não ficaste? Porque me deixaste?
Eu pergunto não pelas respostas, mas pela liberdade que ao menos isso me dá.
(A liberdade deve ser mantida presa, não te esqueças.)
Talvez a vida melhore, talvez a vida dê voltas.
Talvez tu tenhas ido porque foste obrigado, talvez tu ainda te lembres de mim nas tardes que não escurecem.
Talvez tu nunca te tenhas esquecido e daquela vez, daquela derradeira vez, tu mentiste-me.
Ou talvez isto é isto, e seja culpa minha.
E talvez a vida não melhore, mas piore.
Talvez a vida não dê voltas, mas fique de pernas para o ar.
Talvez tu disseste a verdade.
A minha força – mãe, a minha força – é que talvez não seja a suficiente,
E nunca tenha sido eu, nunca eu. E sempre outro alguém que eu me esqueci de contar.
Talvez a minha paciência, sobrevivência ou força não seja que chegue.
Porque o tempo vai sem vir, e tu vens sem ficar.
Mas talvez um dia, eu tenha a força suficiente para ser fraca, e talvez nesse dia
Eu saiba o porquê das coisas nunca serem minhas.
Talvez a minha Sorte seja assim por um motivo que vai para além de mim (como os teus olhos sobre os meus, que foram sempre para além de mim)
E tu tenhas sido eterno nos declínios da alma.
- Que são sempre profundos demais –
Que humilhação a de estar viva quando não há por onde viver,
Que humilhação a de respirar,
Talvez eu seja um fantasma de um erro fatal,
E então eu (– o meu corpo, a minha alma –) não era suposta, e o ar e a vida que usa é só tempo perdido.


(mensagem numero 100, o que me faz lembrar que nada mudou só o ano no calendário)

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