As verdades que me incutiste não são de todo verdades,
Disseste que me amavas perante tempestades e idades de dúvidas
Mas nunca o fizeste, preciso que te esqueças de ti
E depois que te lembres só de mim.
Como fogo entre lagos,
Ou segredos entre amantes,
Não sabes o mal que me fazes,
Ou pior, o mal que nem me fazes.
A tua desconfiança sobre a minha sombra,
A tua falta de tacto pelas palavras, os outros e Deus,
Não me fazem falta em altura alguma,
Mas quando partires eu sei que vou chora-las.
A tua falta de capacidade em estar (ser) só,
Não é – como disseste ser – má a mim, mas a ti.
Porque quando eu partir, tu vais perceber que na verdade sempre o estiveste.
E nessa Era que se aproxima, tu irás chorar-me.
É um destino já traçado, traçado por mim no topo dos céus.
Eu sei a força que guardo no peito, porque já a vi vezes demais.
Vi a tua também, ou o relance dela, não brilha nem assusta,
É um princípio de uma chama que não queima, congela ou mata.
É aí que reside o meu medo: na minha ausência.
O teu corpo não sabe nadar, voar ou andar.
Por vezes, esquece-se até de respirar
Eu seguro-te pelos braços frágeis mas mesmo assim, contra toda a lógica, és tu que me deixas cair.
Os antigos chamavam-lhe amor, mas o amor é cada dia mais cinzento,
O que tu guardas para mim não é amor, mas ciúme
Que um dia vá sem dizer para onde e por quem,
De quem eu sou que tu não és (-me).
Disseste-me amar, não uma vez, mas todos os dias durante os últimos anos,
Disseste que o teu coração era cheio de mim,
E que me olhavas não de baixo para cima, ou de cima para baixo, mas de fora para dentro.
A minha sorte foi, nunca ter acreditado numa das tuas palavras.
Nem uma em mim entrou,
E quando eu me ajoelho não é por ti que eu rezo, mas pelo que resta de mim.
E quando tu me deixas cair, eu nem pisco os olhos.
Mas há-de chegar o dia, em que eu realmente me levanto dou-te um pontapé e vou-me embora.
Para sempre,
Faço-me da criança que tu sempre foste e serás,
Mudo de cidade, de nome e mentiras,
E nunca mais me pões a vista em cima.
Pode ser que assim, aprendas que ouvir não é sinónimo de acreditar.
Que entendas o mapa da anatomia dos Outros,
O mapa da anatomia das palavras e de Deus.
Que as lágrimas da chuva não são tuas, mas de quem fizer por elas.
No dia em que vires uma carta minha na tua cabeceira,
Em que a infância seja passado, e não mais presente,
Entendas que eu nunca fui a mulher que tu achaste,
Porque eu nunca – apesar de bem ter fingido – acreditei nas linhas das tuas mãos.
O mal é teu (quero eu acreditar),
A perda é tua embora a ausência seja minha,
Enche o corpo de pensamentos, de sentimentos e não de esboços.
Um dia a velhice bate-te a porta e tu não tens nada para lhe dar em troca.
Disseste que me amavas perante tempestades e idades de dúvidas
Mas nunca o fizeste, preciso que te esqueças de ti
E depois que te lembres só de mim.
Como fogo entre lagos,
Ou segredos entre amantes,
Não sabes o mal que me fazes,
Ou pior, o mal que nem me fazes.
A tua desconfiança sobre a minha sombra,
A tua falta de tacto pelas palavras, os outros e Deus,
Não me fazem falta em altura alguma,
Mas quando partires eu sei que vou chora-las.
A tua falta de capacidade em estar (ser) só,
Não é – como disseste ser – má a mim, mas a ti.
Porque quando eu partir, tu vais perceber que na verdade sempre o estiveste.
E nessa Era que se aproxima, tu irás chorar-me.
É um destino já traçado, traçado por mim no topo dos céus.
Eu sei a força que guardo no peito, porque já a vi vezes demais.
Vi a tua também, ou o relance dela, não brilha nem assusta,
É um princípio de uma chama que não queima, congela ou mata.
É aí que reside o meu medo: na minha ausência.
O teu corpo não sabe nadar, voar ou andar.
Por vezes, esquece-se até de respirar
Eu seguro-te pelos braços frágeis mas mesmo assim, contra toda a lógica, és tu que me deixas cair.
Os antigos chamavam-lhe amor, mas o amor é cada dia mais cinzento,
O que tu guardas para mim não é amor, mas ciúme
Que um dia vá sem dizer para onde e por quem,
De quem eu sou que tu não és (-me).
Disseste-me amar, não uma vez, mas todos os dias durante os últimos anos,
Disseste que o teu coração era cheio de mim,
E que me olhavas não de baixo para cima, ou de cima para baixo, mas de fora para dentro.
A minha sorte foi, nunca ter acreditado numa das tuas palavras.
Nem uma em mim entrou,
E quando eu me ajoelho não é por ti que eu rezo, mas pelo que resta de mim.
E quando tu me deixas cair, eu nem pisco os olhos.
Mas há-de chegar o dia, em que eu realmente me levanto dou-te um pontapé e vou-me embora.
Para sempre,
Faço-me da criança que tu sempre foste e serás,
Mudo de cidade, de nome e mentiras,
E nunca mais me pões a vista em cima.
Pode ser que assim, aprendas que ouvir não é sinónimo de acreditar.
Que entendas o mapa da anatomia dos Outros,
O mapa da anatomia das palavras e de Deus.
Que as lágrimas da chuva não são tuas, mas de quem fizer por elas.
No dia em que vires uma carta minha na tua cabeceira,
Em que a infância seja passado, e não mais presente,
Entendas que eu nunca fui a mulher que tu achaste,
Porque eu nunca – apesar de bem ter fingido – acreditei nas linhas das tuas mãos.
O mal é teu (quero eu acreditar),
A perda é tua embora a ausência seja minha,
Enche o corpo de pensamentos, de sentimentos e não de esboços.
Um dia a velhice bate-te a porta e tu não tens nada para lhe dar em troca.
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