quinta-feira, 2 de outubro de 2008

won't you, please, back off?


Silencio dentro de nós, como pássaros a voar.
Eu perdi-te.
Eu perdi-te.
Eu perdi-te.
Silencio entre nós, como pássaros a voar num fim de tarde.
Quem me dera ser mais do que sou,
Não para mim, mas para ti.
Para ser-te enquanto sou.
Porque metade de mim desapareceu,
E o que resta morreu.
Perdi a chave.
Perdi a chave.
Perdi a chave.
Da tua casa, da tua alma, da tua voz.
Mas principalmente perdi a chave
Da minha casa, da minha alma, da minha voz.
E, estou sozinha.
Eu estou sozinha no mundo.
Há pássaros a voar enquanto não existe nada, nada, entre nós.
Flores brancas nos cabelos escuros,
E eu disse-te:
- Odeio-te.
E a palavra ecoou e secou as flores nos teus cabelos.
Eu disse-te isso há dois anos.
E ainda hoje eu sinto o mesmo.
Odiar dói mais que amar.
Mas querer-te cadáver, é mais forte que eu.
- Eu perdi-te.
- Eu perdi-te.
- Eu perdi-te?
E tu disseste, berraste que sim. E eu feliz da vida.
O fim da tarde caiu, e os pássaros levantaram voo.
E um silêncio chegou.
Foi há dois anos, mas tu finges que não te lembras.
Porque hoje tu continuas aqui,
E eu continuo-te a odiar,
E tu continuas a morder-me o calcanhar.
Dois anos.
Eu sozinha no mundo durante dois anos.
Longos mas vazios.
Contigo sempre ao lado nas fotos,
Com a tua cabeça na minha almofada.
Só por vezes, antes de eu adormecer, eu ouço-te:
- Eu é que te odeio, odeio-te tanto que me faz querer te amar.
Não é justo, não é justo.
Dois anos. Faz hoje dois anos que eu fui feliz.

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