Neste país de velhos,
Eu visto o vestido que com que tu me vestiste quando eu ainda era nova.
O vestido já não me serve,
E eu não sirvo para ele.
Deus olha para nós com tempestades nos olhos,
Ele que chore, dizes tu.
Eu peço desculpa baixinho porque, por algum motivo, ainda sou a única que tenho medo.
Não me serve de muito, é verdade.
Os teus passos do lado de fora da porta,
Dizias-te poeta, mas só te vi mentiroso.
Dentro dos lençóis, nem uma coisa nem outra.
Como tu, vi muitos. Como eu, viste nenhuma.
A saudade que este pais me obriga está-me no sangue,
No fado que eu nunca pedi a ninguém.
Por isso sinto a tua falta nas estradas largas,
Nas fotografias por revelar.
A verdade é que tenho um cansaço pregado á língua.
E por isso quando chegas eu não te lambo ás lágrimas.
Palavras feias, estas que te digo,
Nisso, sou parecida com Deus.
Pelo menos nunca te pedi para fodermos,
Fazer amor é bem mais poético, bem mais presente neste país de velhos.
Como as princesas e os castelos que lemos.
Não te vi aliança no dedo ou no peito.
O vestido não me passa dos joelhos,
E as senhoras que beijaste perante os meus olhos,
Não sou minhas irmãs,
Mas por outro lado, tem vestidos novos.
Que falta de vida me saíste,
O verniz vermelho estalou-me das unhas e pintou-se nos teus dentes.
O fado deste meu país velho e farto de navios,
Entrou-me na alma, e hoje aguardo de xaile e luto.
Aguardo por ti, para te morder a orelha,
E chorar caída nos teus braços.
A saudade, a saudade de quem não sabe escrever cartas.
Fica em nós, mulheres, como marcas.
A minha inspiração vem dos gestos dos outros,
Daqueles que eu amo ou daqueles me dão encontrões na rua.
Palavras feias, aquelas que te escrevo.
Deixa lá, pelo menos não te ponho á espera.
Não sei fazer rimas,
Nem a minha vergonha vem de ti,
Mas dos teu vultos, das memórias que trazes guardadas em mim.
Como o vestido que me rodava nas ancas.
Minha besta.
Eu visto o vestido que com que tu me vestiste quando eu ainda era nova.
O vestido já não me serve,
E eu não sirvo para ele.
Deus olha para nós com tempestades nos olhos,
Ele que chore, dizes tu.
Eu peço desculpa baixinho porque, por algum motivo, ainda sou a única que tenho medo.
Não me serve de muito, é verdade.
Os teus passos do lado de fora da porta,
Dizias-te poeta, mas só te vi mentiroso.
Dentro dos lençóis, nem uma coisa nem outra.
Como tu, vi muitos. Como eu, viste nenhuma.
A saudade que este pais me obriga está-me no sangue,
No fado que eu nunca pedi a ninguém.
Por isso sinto a tua falta nas estradas largas,
Nas fotografias por revelar.
A verdade é que tenho um cansaço pregado á língua.
E por isso quando chegas eu não te lambo ás lágrimas.
Palavras feias, estas que te digo,
Nisso, sou parecida com Deus.
Pelo menos nunca te pedi para fodermos,
Fazer amor é bem mais poético, bem mais presente neste país de velhos.
Como as princesas e os castelos que lemos.
Não te vi aliança no dedo ou no peito.
O vestido não me passa dos joelhos,
E as senhoras que beijaste perante os meus olhos,
Não sou minhas irmãs,
Mas por outro lado, tem vestidos novos.
Que falta de vida me saíste,
O verniz vermelho estalou-me das unhas e pintou-se nos teus dentes.
O fado deste meu país velho e farto de navios,
Entrou-me na alma, e hoje aguardo de xaile e luto.
Aguardo por ti, para te morder a orelha,
E chorar caída nos teus braços.
A saudade, a saudade de quem não sabe escrever cartas.
Fica em nós, mulheres, como marcas.
A minha inspiração vem dos gestos dos outros,
Daqueles que eu amo ou daqueles me dão encontrões na rua.
Palavras feias, aquelas que te escrevo.
Deixa lá, pelo menos não te ponho á espera.
Não sei fazer rimas,
Nem a minha vergonha vem de ti,
Mas dos teu vultos, das memórias que trazes guardadas em mim.
Como o vestido que me rodava nas ancas.
Minha besta.
Sem comentários:
Enviar um comentário